domingo, 15 de março de 2015

ANTIGO JORNAL DE MACAÍBA O JUNDIAHY- 7 DE SETEMBRO DE 1931

Acervo: Pessoal

A MAÇONARIA NO RN E EM MACAÍBA

A maçonaria é uma instituição filantrópica, filosófica e educativa, que tem por objetivos a liberdade, igualdade e fraternidade, (lema da Revolução Francesa). tratar-se de uma sociedade discreta, que se destina a construção de um homem melhor. o próprio nome Maçonaria vem do Francês maçonnerie, que quer dizer construção, que remete ao objetivo de homem melhor. A Maçonaria se espalha pela Europa e chega ao Brasil no Período colonial. É durante o processo de Capitânias Hereditárias, invasão holandesa, há registros que confirmam a presença de maços na Capitânia do Rio Grande. Á exemplo de sua participação na história podemos citar a libertação dos escravos. onde o Brasil era o único país da América do Sul ainda com esse sistema de escravidão, e com isso resultava em uma imagem ruim para o país, os maçônicos, que em tal época compunha a elite do Brasil, começaram a buscar leis que libertasse os escravos. Tal ideal se firmou no seio da sociedade secreta, que para ser aceito como membro da Maçonaria no Brasil, o homem dono de escravos tinha que libertar-lós. "A Capitânia do Rio Grande do Norte, antes do advento da revolta da confederação do Equador, já se fazia presente com tão avultado número de maçons, que realizavam sessões nos pontos afastados de Natal, de preferência nos Sítios " Belém" em São José do Mipibu, e "Estivas" em Goianinha... ...A primeira Loja Maçônica fundada no Rio Grande do Norte foi no ano de 1836 foi a sigilo natalense"(Paulo Alexandre Gonçalves da Silva- A História da Maçonaria no Brasil) Os maçônicos também estavam entre os homens de Macaíba(mulheres não são permitidas em suas reuniões secretas), entre eles o que se destacou como Grão Mestre da Maçonaria do Brasil e do Rio Grande do Norte foi o maçom Armando de Lima Fagundes. Desde então o número de homens maçons do município aumentou. Atualmente existem homens que compõem a elite de Macaíba que fazem parte da maçonaria, existe também no município uma loja maçônica, porém não se sabe ao certo quando ela passou a existir. O fato é que desde os primórdios da colonização do Brasil esses homens se fizeram presente no processo histórico, buscando sempre o aperfeiçoamento moral dos seus membros, bem como o de toda a humanidade.

ENERGIA ELÉTRICA EM MACAÍBA

Em 1964, não existia energia elétrica em Macaíba, o centro da cidade a noite contava apenas com um"candeeiro" que mal iluminava a rua, que era acesso a partir das 17hs e entre 19 e 20 horas a chama do mesmo já havia extinguido completamente. Após essa hora os homens dificilmente saiam de suas casas, já as moças: "As moças dormiam trancadas pela mão paterna, mal alumiados os escuros aposentos pela chama imota de tosca lamparina escassamente alimentada por mal cheiroso azeite de carrapato"(Eloy de Souza) A energia chegará a Macaíba proveniente da energia de Paulo Afonso. Na administração de Mônica Nóbrega.

CORDELISTA HAILTON MANGABEIRA

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Imagem: hailttonmangabeira.blogpost.com
Hailton Alves Ferreira, vulgo Hailton Mangabeira, nasceu em Macaíba no dia 09 de janeiro de 1973. É o filho mais novo de Manoel Francisco Ferreira (seu néo) e de Josefa Alves de Medeiros Ferreira (Dona Zefinha).
Desde cedo começou a seguir os passos da mãe, professora da Rede Pública, e que também gostava da literatura de cordel. Vez por outra tinha a oportunidade de ler cordéis que sua mãe comprava na feira de Macaíba, daí o gosto desde de criança pela literatura de cordel.
É pós- graduado em Educação, leciona em São Gonçalo do Amarante e em Macaíba.


Alguns cordéis de Hailton Mangabeira.
Acervo: Pessoal

Acervo:Pessoal


terça-feira, 10 de março de 2015

PROFESSOR MESTRE DE MACAÍBA LANÇA O SEU LIVRO EM NATAL.

TODO TRABALHO QUE RESGATE A HISTÓRIA DE UM POVO OU REGIÃO É DIGNO DE ESTUDO E ADMIRAÇÃO, POR QUE ESTE TRABALHO ENRIQUECE E VALORIZA A NOSSA CULTURA BRASILEIRA. FOI SOB ESTA ÓTICA QUE 

Diego José Fernandes Freire licenciado, mestre em história pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, leciona na rede Estadual de Ensino em Macaíba, na Escola Estadual Henrique Castriciano de Souza, e é professor da Universidade Potiguar, em Natal.
Lançou na noite desda terça feira, o seu livro "CONTADO O PASSADO TECENDO A SAUDADE- A CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA DO ENGENHO AÇUCAREIRO EM JOSÉ LINS DO REGO 1919-1943).O prefácio do livro ficou por conta do historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior.

"O Historiador é uma peça fundamental em todo o tipo de cultura. Ele retira e preserva os tesouros do passado, interpreta a História, aprofunda o conhecimento do presente. Um povo sem História, e sem o Historiador, é um povo sem memória".(Adinalzir Pereira Lamego Professor de História do Colégio Estadual Jornalista Octávio Malta).

"Determinação, esta é uma palavra que defini Diego, em sua jornada pelo mestrado. Esta é sem dúvida uma obra que todos os historiadores e amantes dela, deveria ter em sua biblioteca particular" (Edília Alves)

Parabéns Diego, pelo excelente trabalho de dissertação e empenho. Continue privilegiando a História Nacional com brilhantes dissertações.

Imagem:Facebook

sábado, 7 de março de 2015

1° posto da TELERN e 1° Banco de Macaíba

Em 1973 Macaíba é beneficiada com um posto da TELERN, inaugurado no governo do Dr. Cortez Pereira, onde ficava a Câmara dos vereadores da cidade. Um ano depois Dr. Cortez inaugura a Agência do Bandern, primeiro banco da cidade.
Anos mais tarde em 1979, é instalado em Macaíba um posto avançado do Banco do Brasil, que em 1982 passa a ter autonomia  e Agência na cidade.

Acervo: Odiléia Costa/ banco bandern em Macaíba


A FABRICA NOBREGA & DANTAS EM MACAÍBA ( INDUSTRIALIZAÇÃO TÊXTIL)

O primeiro fluxo grande imigratório para a cidade de Macaíba, ocorreu com a construção da usina Nóbrega & Dantas, sendo que muitos de seus construtores se tornaram empregados, morando na cidade.
Com a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), foi possível a instalação de várias indústrias têxteis no Estado, sendo Macaíba também beneficiada com a instalação da indústria têxtil de afiação de algodão. A FAMOSA, que com a indústria Nóbrega& Dantas foram os responsáveis por impulsionar a economia da cidade, com a geração de muitos empregos para a população local.
Depois de 1950, o panorama sócio- econômico de Macaíba sofreu profundas modificação, chegando a alcançar em 1964 um relativo surto de desenvolvimento, ocasionando a mudança na antiga pequena cidade.
O crescimento populacional foi uma consequência do modelo econômico da época, segundo o CENSO de 1970, Macaíba estava entre os municípios mais populosos da região com 29.673 habitantes.
Já na segunda década de 1970, há o processo de crescimento urbano em Macaíba que teve como consequência os fatores da politica habitacional do Banco Nacional de Habitação, com a construção de Conjuntos habitacionais, que possibilitou a aquisição da casa própria, por diversas classes sociais.
Porém, o fechamento da fábrica Nobrega & Dantas entre 1982 e 1983 o fluxo financeiro de Macaíba diminui ocasionando o final de sua influência na região, devido á crise do algodão, que prejudicou profundamente sua produção e o abastecimento do produto em suas fazendas.
Anos antes do fechamento definitivo da indústria Nóbrega& Dantas, já existia em Macaíba a indústria de porcelana Beatriz S/A, que tinha como matéria prima o caulim para a fabricação das louças e a indústria de confecções SULFABRIL S/A. Porém com a crise do setor indústria têxtil e de confecções do Estado, a SULFABRIL e a Famosa fecham em 1990 e a indústria de porcelana Beatriz segui o mesmo caminho das outras duas.

1° VOTO FEMININO DE MACAÍBA

 Em 1927, o Senador Juvenal Lamartine de Farias sensibilizado com a causa feminina e que concede a mulher o direito de votar, possibilitando o crescimento do espaço social e politico no Estado, pela Lei n°660.
A partir dessa iniciativa do Senado, é que o Juiz Virgílio Dantas qualifica á primeira eleitora de Macaíba, Maria Terceira Dantas a votar.
Quase duas décadas depois do primeiro voto feminino em Macaíba, em 1945 é instalado o tribunal regional da Justiça eleitoral em Natal, o que possibilitou a criação da quinta zona eleitoral do município de Macaíba

quinta-feira, 5 de março de 2015

PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL

O patrimônio mais significativo que a sociedade perpetua ao longo dos tempos é a cultura, e dentro desta, os elementos compositores á ela nos deixa um legado eterno.

Durante muito tempo, pensou-se que patrimônio histórico fossem apenas as construções sólidas, feitas de alicerces, cimentos ou esculpidos pela natureza, como é o caso dos sítios arqueológicos.
Porém, o patrimônio imaterial são as nossas heranças, crenças, comportamentos, tradições, que perpassa pelo processo de transmissão de um individuo a outro, por meio de lembranças que, nos tornam parte da construção e reorganização da história.

Para cada tipo de construção histórica existe uma unicidade. Esta capacidade de produzir novos significados mais amplos e profundos do que aqueles dos quais se originaram, possibilita o compartilhamento de seus conhecimentos significativos para o enriquecimento da cidade. Já que somente é através do material que se pode ter uma manifestação do imaterial. 

Segundo o Site www.fja.rn.br/patrimonioimaterial/docs:

"No Brasil, o Governo Federal regulamentou o art.216 da Constituição de 1988 através de Decreto 3.551/2000, que criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) e instituiu como formas de proteger o patrimônio imaterial, o registro em livros temáticos no IPHAN ( Instituto Histórico e Artístico Nacional) e o inventário".

Assim a capacidade de fazer, construir e modificar marca a sociedade, as aptidões adquiridos naturalmente, tornam os indivíduos, parte do que chamamos de diversidade cultural. O ato de criar Cordéis, poesia, entrelaçados, ensinar, contar história, tocar, etc. São objetos de exposição de que a cultura se faz em cada individuo. O próprio processo de vida coletiva consiste em aprender e ensinar, nos permitindo a constante renovação, pois a cultura jamais se detém em um único ponto.

Portanto os saberes populares, a literatura, a arte, o teatro, a festa da padroeira, as vaquejadas, a festa do ex-aluno do Colégio Agrícola de Jundiaí, a culinária, o mercado entre outros, fazem parte do patrimônio cultural Imaterial de Macaíba.

CORDELISTA MACAIBENSE FRANCISCO QUEIROZ DA SILVA ( CHICO POMBINHA)


Imagem:hailtonmagabeira.blogpost.com

Francisco Queiroz da Silva, mais conhecido como Chico Pombinha, filho de Antônio Queiroz da Silva e Julieta Queiroz da Silva, nasceu no dia 28 de outubro de 1951, é casado com Lúcia Maria Bernandinho da Silva com quem teve três filhos: Fabiana, Fábio e Fagner.
Foi funcionário público durante 12 anos na Escola Estadual Alfredo Mesquita Filho, atualmente é comerciante em Macaíba.

O seu passatempo favorito é escrever literatura de cordel, e apesar de só ter estudado até a 4° série do ensino primário, possui uma facilidade extrema de fazer rimas para compor os seus cordéis.
Desde criança Francisco gostava muito de ler, porém, parou por um tempo e alguns anos depois voltou a ler novamente, mais é somente em 2004 que começa a escrever oficialmente, tento como inspiração a sua própria vida.

Chico Pombinha até 2010, tinha escrito 16 cordéis entre eles, Lembrança de criança, Coisa da natureza, um sonho fracassado, um time de futebol, história de um líder, o pobre e o rico, a lenda da cachaça, romance no titanic, o menino de pouca sorte, um conto de amor, entre outros.

Francisco Queiroz reside na Rua Dom Joaquim Almeida, (próximo a academia de musculação) onde tem vende os seus cordéis para quem quiser ir comprar.

Ao ser perguntado sobre algum fato que marcou a sua juventude, Chico Pombinha respondeu:

Em 1951, em Macaíba nasceu
Um menino muito esperto
Que muita coisa aprendeu
Só depois de muitos anos
Eu vim saber que era eu.

Foi um ano muito chuvoso,
Muita chuva aconteceu
Aponte não aguentou
Ela trincou e cedeu
E depois de quinze dias
Ela desapareceu.

Quando a ponte caiu
O povo se apavorou
Até quem Não gostava de água
Depois desse dia nadou
 E os que atravessou de barco
Algum dinheiro pagou.

Depois que a ponte foi feita
Para o povo melhorou
E com a inauguração da ponte
Nunca mais fundou
Mesmo depois de tantas vezes
Que o rio transbordou...

...Voltando a História da ponte 
Na próxima edição vou contar 
Tudo o que acontece
Quando o rio chega a transbordar
Não passa pra lá, nem pra cá.

Após recitar esses versos, Francisco concluiu

- Esses versos são do meu cordel lembrança de criança, no ano em que a ponte caiu, eu nasci.




ALGUNS CORDÉIS DE CHICO POMBINHA
ACERVO:PESSOAL
  

quarta-feira, 4 de março de 2015

HOMENAGEM A HISTORIADORA MACAIBENSE MARIA LUZINETE DANTAS LIMA



Maria Luzinete Dantas Lima
Maria Luzinete/ Fonte: Facebook

Maria Luzinete Dantas Lima nasceu em Macaíba, no dia 15 de fevereiro de 1961, filha de Otacílio Dantas e de Maria
do Carmo Dantas. É  casada com Eglinaldo Pereira Lima, com quem tem dois filhos, Jean e Jeilton.
É formada em história licenciatura pela Universidade Potiguar, é professora da rede municipal e estadual  de ensino da cidade de Macaíba. Tem especialização em cultura afro-brasileira pela FTC da Bahia, gosta de participar de congressos, já apresentou trabalhos na AMPUM, no encontro cientifico de educadores do Estado, apresentou e ministrou mini- curso, entre outros.
Entre os trabalhos realizado pela historiadora Luzinete tem: Igualdade racial uma questão de justiça, que foi um projeto entre os professores de artes, português e geografia com duração de três meses. No ano seguinte trabalhou com projeto chamado dança do pau furado na comunidade de Capoeiras, onde visava resgatar a cultura entre os jovens e crianças da localidade. Além de trabalhos de cidadania, meio ambiente...
Luzinete gosta em particular da história da família de Henrique Castriciano, e tem como livro de cabeceira Memórias de Eloy de Souza.
Ao ser perguntada sobre algum fato em Macaíba, que marcou a sua juventude ela respondeu:
-Na época da minha juventude o que eu achava mais interessante em Macaíba era a missa, as festas, os carnavais do clube era muito bom, eu brincava todos os dias e quando voltávamos para casa as 4 da manhã, várias moças não precisávamos nos preocupar com a violência, já que não tinha. Isto na década de 70, 80 os carnavais de rua eram muito bonito, depois acabou.
E sobre a história Luzinete comentou:
- Os futuros historiadores estudem, por que daqui a pouco é a nova geração que irá assumir, e nós vivemos em uma sociedade que requer conhecimento. Conhecimento é poder.
- Não existe faculdade ou colégio ruim é o aluno que faz a instituição de ensino, e é preciso ir a congressos, apresentar trabalhos, para ganhar experiencia, isso sim é interessante.


Cordéis de autoria de Maria Luzinete/ Acervo: Pessoal

OFICIO DO HISTORIADOR

SEGUNDO MARC BLOCH O OFÍCIO DO HISTORIADOR É LEMBRAR O QUE A MAIORIA ESQUECE.
É justamente por essa razão que o blog REVIVENDO A HISTÓRIA surgiu, como forma de buscar a preservação e resgate da nossa história.
A todo momento somos formadores de História, algumas dela contribui para o  processo civilizatório da sociedade de determinado tempo, moldando as diferentes formas de perceber, compreender e analisar a história, porque a história é um ciclo, e tem que continuar a ser contada sobre novos e diferentes olhares é esta forma de ver a história que a torna interessante.
São os historiadores de oficio, ou professores historiadores os responsáveis não só pela construção de um passado coletivo, mais pela sua preservação e valorização, são os historiadores que nós permite ver a importância dos acontecimentos, sempre levando em consideração a história local, a micro e macro história, desmitificando a história oral e dando o seu verdadeiro valor na formação da história da humanidade através da historiografia.
Assim, podemos perceber que somos formadores de História, pois a fazemos todo dia.

A INTENTONA COMUNISTA EM MACAÍBA

Dentre os vários episódios que marcaram a história de Macaíba, temos a intentona comunista que era um movimento revolucionário que governou o Estado por três dias, com o objetivo de retirar o presidente Getúlio Vargas do poder, para esse fim foi criado ANL ( Aliança Nacional Liberal) um movimento de esquerda que pregava a revolução socialista. Á medida que o movimento de esquerda crescia, o presidente procurou extinguir-lá.

Sendo a Revolução de 30 um reflexo do que estava acontecendo nos demais Estados brasileiros. Então o Governador do Estado do RN Juvenal Lamartine, com o intuído de defender a cidade posiciona 90 homens nos Guarapes a dez quilômetros da cidade de Natal por ser um local estratégico, a tropa era comandado pelo Tenente Joaquim Teixeira de Moura.

"Obedecendo ás ordens de Juarez Távora, o 29° BC, que estava estacionado em Santa Luzia (PB), partiu em direção a Natal, com a missão de depor o governador do Estado. Penetrou no território potiguar através do Seridó, passando por Parelhas, Acari, Santa Cruz... A única via de comunicação rápida, existente naquela época, era o telegrafo. Nas cidades do Seridó, segundo Sandoval Waderley todas as estações telegráficas estavam sem funcionar, " em virtude de haver sido cortados todos os fios"(1954:54). Em Santa Cruz, p 29° BC foi recebido pelo Coronel Ezequiel Mergelino, "cuja residência se transformara em Q.G das forças revolucionárias"(idem-1954:49)
Sem comunicação o 29°BC avançaram no escuro. Por isso, pela madruga, os oficiais prederam um motorista que viajava de Natal para Jardim do Seridó visando obter notícias. Conta Sandoval que " o Chauffer começou, então, a desfiar um rosário de coisas assombrosas: - que calculava em oitocentos ou mil o número de soldados que defendiam a capital: que o capitão Moura estava com duzentos e cinquenta homens entrincheirados nos morros de Guarapes; que a ponte estava toda cheia de dinamite; que de Recife chegara um batalhão do Exército comandado pelo Major Negreiros. Por isso, achava dificil a entrada do 29°... em Natal"(DIÁRIO DE NATAL, 1996-1997)

Mais, todo o esforço para tentar parar a Revolução foi fracassada provocando a tomada de Natal, expandindo-se os revolucionários para o interior do Estado.

Segundo Homero Costa foi formado três colunas composta por civis e militares, dos quais seguiram caminhos distintos em direção aos interiores, porém é a segunda coluna comandada pelo Sargento do Vigésimo primeiro BC, Oscar Wandenley que foi o responsável pela ocupação de Macaíba, chegando á cidade, os comunistas destituíram o prefeito, dominaram a delegacia e estabeleceu um novo representante para administrar a cidade.

 Valério Mesquita conta que tais fatos fizeram a cidade ficar deserta, as pessoas fugiram para os sítios e arredores. O próprio delegado Barbosa recomendou aos habitantes que se refugiassem fora dos limites urbanos da cidade... O próprio prefeito Alfredo Mesquita abrigou-se no sobrado de Francisco Pinheiro a espera da extinção do movimento.

Após a repressão que Getúlio fez ao movimento, Macaíba volta á normalidade em 48 horas.

terça-feira, 3 de março de 2015

A NOVA AMSTERDAM EM JUNDIAÍ MACAÍBA/RN

           
Foto: Ranier Nascimento / ponte que os holandeses construíram.

             Quando os holandeses estiveram na capitania do Rio Grande fizeram um levantamento topográfico de toda a região, e averiguaram  que NATAL era imprópria para ser a Capital holandesa da Capitania.Segundo registro de Nassau em breve discurso, de Joan Nieuhot em memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil, de Adriano Dussen. A capital dos batavos denominada de nova Amsterdam ficaria onde hoje é a Escola Agrícola de Jundiaí, do qual funcionou a câmara do escabino, que assemelharia a uma câmara legislativa e a casa pública que tinha por abjetivos realizar audiência.

               Olavo de Medeiros Filho, em seu livros os holandeses na Capitania do Rio Grande, escreve que o chamado relatório DUSSEN. de 10 de dezembro de 1639:
 "refere-se novamente ao assunto da criação de uma nova cidade: "já teve de ser uma cidadezinha chamada cidade de natal situada a uma légua e meia do Castelo Keulen, rio acima, mas está totalmente arruinada, pelo que foi consentido aos escanbinos e moradores levantam uma nova cidade em potigi, pois é lugar fértil e melhor situada para os seus habitantes. Deverão de inicio um poço da câmara para ai terem o seu tribunal de justiça"

            NIEUHOF, escrevendo sobre fato ocorrido entre 1646 e 1649, assinala que "acima do rio, há uma  cidade pequena importância. denominada Amsterdam. Seus habitantes vivem de pesca, da produção de farinha e do plantio de fumo".

          No Rio Grande nunca houve cidade ou aglomeração de habitantes que morassem juntos. Apena começaram, pouco anos, a construir casebre a quadro légua de distância do castelo de Ceulen, perto de certa igreja, lugar que nós chamamos de nova Amsterdam, para a qual os portugueses vinha do interior para missa, mas, que ainda não tem adiamento". Tal relatório é datado de 1646.

        A cartografia contemporânea do período holandês, também faz referencial á existência de CIDADE NOVA, OU AMSTERDAM. O mapa de Andréa Antonio ORAZI focaliza uma localidade, no vértice formada por um rio ( o jundiaí ) e um seu afluente. No mapa de CORNELIS BASTIAANZ GOLIJATH ( 1638 ), apresentado no Atlas de vingbooons ( c. 1665 ), figura o NIEU STADT, sob o símbolo convencionado para a cidade, situando á margem direita do Jundiaí. De todos esse mapas, o mais detalhado é o de GEORGE MARCGRAVE, elaborado em 1643.

       "No mesmo vê-se a referência á CIDADE NOVA, edificada entre os cursos ao riachos Cotingiba e itânguaçutioba, ambos afluente, pela margem direita, do Nhudiaí ( Jundiaí ). Atualmente o Contigiba corresponde ao riacho de Coité. O rio denominado Margrave de itâguaçutioba, hoje é considerado como sendo o próprio Jundiaí, que banha os terrenos da Escola Agrícola de Jundiaí, proveniente no município norte- rio- grandense de Bom Jesus."
      O Nhundiaí referido por Macgrave, corresponde ao atual riacho do sangue, que corre ao sudeste da cidade de Macaíba. ( Olavo Medeiro)

         Ainda de acordo com  Olavo de MEDEIRO Filho, existe noticias de ruína misteriosa, localizada próximos a Escola Agrícola de Jundiaí, á margem direita da RN- 160, que acredita-se, ser da cidade construída pelos holandeses, NOVA Amsterdam.                                    

domingo, 1 de março de 2015

HENRIQUE CASTRICIANO DE SOUZA

Imagem:Wikipédia

Henrique nasceu em Macaíba no dia 15 de março de 1874, numa casa localizada na antiga rua do porto, ( seu nome foi dado em homenagem ao bispo de Milão São Henrique de Dácia). Depois mudou-se para a casa na rua do comércio, onde atualmente fica a Escola Estadual Auta de Souza. O seu pai era comerciante e politico da cidade, este mantinha um entreposto comercial além de uma relação amistosa com os Albuquerque Maranhão, estreitando os laços no período da consolidação da oligarquia. É apesar de não serem brancos, Henrique, Auta de Souza, Eloy de Souz, isto nunca lhe foi empecilho, as portas foram se abrindo ao reconhecimento da inteligência deles.
Ainda Pequeno, era constantemente ameaçado pela tuberculose tento que se mudar constantemente a procura por melhores climas, foi para Recife, onde contrai pneumonia, vai para Angicos, e recupera a saúde, a fim de consolidar a saúde prossegue para Serra do Martins, depois à Mossoró e Tibau, onde se apaixona por uma jovem praieira.
Aos 17 anos, começou a colaborar no jornal República a pedido de Pedro Velho.
Quando Henrique residiu em Martins, deparou-se com uma gruta que se assemelhava a uma residência que, por entre as pedras brotavam pingos de água, tal fato chamou a atenção do poeta, que inspirado criou o poema a lágrima  que também é conhecido como solidão.
SOLIDÃO
A lágrima sem fim, a lágrima pesada
Que eternamente cai do alto desta gruta, 
Representa alguma alma estranha e desolada
Que mora a soluçar dentro da rocha da rocha brutal
Est'alma, quem será? Não sei!Mistério fundo...
Entretanto, eu pressinto alguém que se debruça,
E baixinho, me diz, num gemido profundo:
Existe um coração na pedra que soluça!
(Henrique Castriciano)
A saúde precária o obrigava a viajar também ao exterior, como ocorreu quando foi à Europa, com o objetivo de se consultar da tireoide e lá obteve várias informações sobre a educação feminina defendida por Nísia Floresta, a quem passaria admirar. em 23 de julho de 1911 funda a liga de ensino, a escola doméstica foi fundada no dia 1 de setembro de 1914, servindo como padrão para educação feminina do Estado. 
A escola doméstica representou uma revolução para os moldes da vida feminina. Castriciano foi o primeiro presidente da Academia Norte- Riograndense de Letras, a cadeira n° 2 da academia de letras tem o nome de Nísia, Homenagem de Henrique Castriciano, a quem tanto admirava.
Hoje, a escola doméstica representa um importante componente na educação feminina, sua localização na Hermes da Fonseca se deu devido á ascensão de Café Filho na administração do país na década de 50. O prédio do Colégio na Ribeira ficava ao lado do Colégio Salesiano, que foi negociado com IPAC, antiga denominação do INAMS.
Somente em 1987 é criado o complexo educacional Henrique Castriciano, anexo á escola doméstica. Entre os anos de 1919 e 1923, Henrique foi professor da Escola doméstica, lecionando a disciplina educação social.
Henrique fez o curso jurídico no Ceará, e o concluiu no Rio de Janeiro tornando-se bacharel em ciências jurídica e social aos 30 anos, por causa dos problemas de saúde. Aos 24 anos tinha apenas um pulmão sadio o que deixava vulnerável as doenças, seu estado precário o fez escrever no álbum de recordações de D. Madalena Antunes Pereira, que foi memorizado por Waldemar de Sá, e publicado por Edgar Barbosa.
Henrique Castriciano, foi deputado estadual, jornalista, advogado, poeta, ensaísta, critico literário, vice- governador do Estado do RN por dez anos, procurador geral, secretário do governo de Alberto Maranhão e de Tavares de Lyra, além de ter sido secretário em seis de agosto nas gestões de Joaquim Ferreira Chaves (1914-1920) e Antônio José de Melo ( 1920-1924).
Em 1990, criou a lei n° 145 que garantia investimento, na publicação literária ou cientifica, foi homenageado com o título de príncipe dos poetas norte rio-grandense. A pós abandonar a politica fixa moradia no Rio de Janeiro, onde se dedicava ao jornalismo e advocacia. Só volta a Natal em 1933, para exercer o cargo de diretor da secretária do tribunal regional eleitoral, nomeado por Luís Tavares de Lyra.
Em 1945, o poeta sofre um derrame cerebral, e não se recupera mais. Falece no dia 26 de julho de 1947, as 7 h e 40 min da manhã. sem realizar o seu último desejo, olhar pela ultima vez o rio Potengi.
Os versos de Henrique foram traduzidos para o francês, Sueco e Polonês.

PSEUDÔNIMOS QUE HENRIQUE USAVA:
H.C
José Capitulino
Mario do Vale
Alex
João Brás
Rosa Romariz
Y.
Erasmus Van Der Does
Frederico
De
Menezes
H. castriciano.