quinta-feira, 9 de abril de 2015

A HISTÓRIA DO AÇÚCAR NA TRAJETORIA DO ENGENHO POTENGI

A alta lucratividade do negro africano nos engenhos de açúcar no Brasil gerou para Portugal uma elevada acumulação mercantil, resultado da intensa movimentação internacional do açúcar, motivo pelo qual levou Portugal á fazer um empréstimo á Holanda com o objetivo de investir nos engenhos e incentivar uma maior produção de açúcar no país. Entretanto tempos depois do empréstimo realizado. Portugal passa para o domínio espanhol, do qual corta relações comerciais com a Holanda. E buscando resgatar o investimento, os holandeses invadem o Brasil para garantir o comércio do açúcar, já que tal produto detinha grande valor comercial, além disso, os holandeses queriam propagar o protestantismo (calvinismo), como forma de domínio e confronto ao catolicismo português. Em 1630, os batavos conquistam Pernambuco, dominam os engenhos de açúcar e começam a saquear as fazendas de gados para garantir alimentação a suas tropas. Como estratégica para não perderem soldados, os holandeses convenceram os índios a lutar consigo. E com tal apoio massacraram e dizimaram todos aqueles que se opuseram ao seu governo. No ano de 1633, os holandeses invadem o Rio Grande e toma o Forte dos Reis Magos, que passa a chamar-se Castelo de Ceulin, após essa conquista os batavos se dirigem para os engenhos da redondeza a fim de eliminar qualquer tipo de resistência existente. O engenho Potengi estava dentro das imediações de atuação dos holandeses. A primeira investida contra os habitantes do engenho ocorreu em 10 de março de 1634, quando o major Cloppenburch, o Capitão Felion, Capitão Tenente Cornelius Van Uxsel, acompanhados também de Domingos Fernandes Calabar e mais duzentos soldados, estavam marchando por terra, quando foram surpreendidos pelos colonos, numa passagem fechada por matagal, não havendo danos significativos aos batavos, continuam andando algumas léguas até chegar a um trecho pantanoso do caminho dificultando a investida idealizada, os holandeses resolvem regressar ao castelo de Ceulen. Segundo Câmara Cascudo o boato de que naquele engenho chegaria em breve, forças portuguesas da paraíba para garantirem a vida de seus habitantes, além das especulações de que a resistência estava sendo organizada pelo provedor da Fazenda Real, Pero Vaz Pinto(escrivão), que quando expulso da Fortaleza dos Santos Reis pelos holandeses, refugiu-se no Engenho Potengi. O fato é que os holandeses não permitiam que existisse focos de resistência a sua dominação. É que no dia 14 de dezembro, os holandeses deixam o Castelo de Ceulen em três botes dos navios, e seguiram Potengi acima, e depois por terra, até chegar ao engenho com ajuda dos tapuias da tribo dos janduís, mataram Francisco Rodrigues Coelho, sua família e todos os que ali haviam se refugiado. Das mulheres foram cortados os pés e as mãos, dos homens foi extraído de uns o coração pelas costas, e de outros decepados por inteiro os órgãos genitais. o massacre serviu de aviso aos que não seguissem as normas dos holandeses.

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